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Como Produzir Artigos Jurídicos de Qualidade para Congressos e Revistas

Escrever um artigo jurídico que realmente se destaque – seja para congressos, revistas especializadas ou até para aquele seminário que você tanto espera – é uma tarefa que exige mais do que conhecimento técnico. Sabe de uma coisa? Vai muito além da simples interpretação da lei ou da citação de doutrinas. Envolve, sobretudo, a habilidade de comunicar ideias complexas de forma clara, cativante e, por que não, até um pouco original. Afinal, ninguém quer encarar aquele texto que parece uma parede de palavras, certo?

Se você já ficou olhando para uma página repleta de termos pesados, com parágrafos intermináveis e uma linguagem burocrática demais, sabe como é perder o tesão de ler – e cá entre nós, isso é um desastre quando o objetivo é influenciar decisões ou gerar debates produtivos. Mas não adianta ser só “bonitinho” no texto; num campo tão técnico, a precisão é rei.

Aqui está a questão: qualidade em artigos jurídicos é a mistura fina entre a precisão formal e a leveza na apresentação. E isso não só facilita a leitura como também mostra respeito pelo público – sendo ele formado por juízes, advogados, acadêmicos, ou mesmo estudantes de direito. Afinal, um texto que flui é um texto que convence e conecta.

O primeiro passo: escolha um tema que respire atualidade (e interesse!)

Se você acha que pode sair escrevendo sobre qualquer tema, descolado de um contexto atual, vai por mim: a chance de seu artigo naufragar é grande. A área jurídica é dinâmica, praticamente um organismo vivo, em constante evolução. Ter um assunto que dialogue com o cenário político, social ou mesmo tecnológico do momento faz toda a diferença.

Quer um exemplo prático? A discussão sobre inteligência artificial e direito, um tema que pulsa por aí, é um campo fértil para artigos que mexem com opiniões e queima neurônios. Ou ainda temas relacionados à proteção de dados pessoais no Brasil – com a LGPD em alta, é praticamente um convite para engajamento.

Mas, falando nisso, não se esqueça daquele velho amigo: o edital do congresso ou das revistas. Eles geralmente ditam as linhas gerais do que estão buscando e podem até sugerir recortes específicos. Ignorar isso é o mesmo que sair para uma corrida com tênis trocado—não vai ajudar.

Esqueleto do seu artigo: estrutura que funciona para qualquer texto jurídico

Antes de começar a escrever, faça um esqueminha básico. Isso ajuda a evitar aquelas “andanças sem destino” no texto – sabe quando você vai escrevendo e, do nada, perde o foco? Pois é.

Esse esquema é quase como uma receita básica, mas, sinceramente, vale lembrar que sair um pouco do script pode ser um diferencial, desde que o texto continue coerente e fluido.

O truque está no equilíbrio entre formalidade e conversa

Agora, aqui vai uma dica que parece contraditória, mas acredite: artigos jurídicos podem – e devem – ser simpáticos. Claro, você não vai se transformar numa crônica de jornal, falando “meu caro leitor” em cada parágrafo. É uma questão de usar um tom que soe acessível sem perder a credibilidade.

Por exemplo, impressionar com doutrina é ótimo, mas se você não facilitar a leitura, vai afastar o público. Use frases que tenham ritmo, intercale sentenças curtas com outras mais longas e, sempre que dá, introduza perguntas retóricas – elas causam aquele efeito de “puxa, é verdade mesmo”.

Imagine que você está explicando para um colega em uma roda de conversa no café – provavelmente vai perder a pompa, mas ganhará clareza. E isso – claro – pode ser feito sem prejudicar o rigor técnico. Aliás, é mais do que isso: transmite segurança.

Termos jurídicos x explicações acessíveis: o jogo do equilíbrio

É inevitável que o seu texto traga conceitos jurídicos como “coisa julgada”, “responsabilidade civil” ou “princípio da legalidade”. Mas nada impede que você explique esses termos de forma prática, com analogias simples ou até uma pitada de bom humor sutil (sem exagerar, para não perder o astral sério).

Por exemplo, quando falar sobre “responsabilidade civil”, em vez de cair direto no conceito técnico, você pode trazer algo como: “é como quando alguém quebra seu celular e você espera que ele conserte ou compense o prejuízo – só que, no direito, essa ideia ganha contornos formais e regras rigorosas”. Viu? Algo bem direto, que facilita o entendimento sem cair na banalidade.

Fontes e referências: por que se preocupar?

Ah, as fontes! Elas são o cimento que segura sua construção textual no espaço jurídico. Referenciar doutrinas, leis atualizadas, decisões recentes dos tribunais e artigos relevantes faz seu texto ganhar peso e autoridade. Mas aqui vai outro toque: cuidado com a overdose de citações. Isso pode deixar o texto pesado e difícil de ler.

O truque está em escolher bem o que e quem citar. Às vezes, uma ou duas referências certeiras valem mais que cinco longas citações — você quer que seu texto fale com sua voz, não quer virar uma colcha de retalhos, né?

O charme das revisões: a última dança antes da entrega

Você já sabe que a escrita jurídica requer precisão, mas será que isso significa entregar o texto logo depois de terminar? Nem pensar! Revisar é o passo que separa o texto mediano do excelente, ainda mais quando a peça vai para um evento importante ou publicação formal.

Na revisão, preste atenção em:

Se possível, peça para outra pessoa (um colega de equipe ou amigo que entende do tema) dar uma olhada. Às vezes, o olhar externo percebe detalhes que a gente não vê depois de tantas idas e vindas.

Escrevendo para congressos versus revistas: tem diferenças?

Essa é uma dúvida clássica – e a resposta é sim, existem nuances. Artigos para congressos tendem a ser mais diretos, com foco em contribuições práticas ou proposições inovadoras, já que muitas vezes viram base para apresentação oral ou debates ágeis.

Já para revistas acadêmicas, a abordagem costuma ser mais formal e detalhada, com aprofundamento maior na fundamentação teórica e análise crítica.

Mas veja só: mesmo em revistas, o leitor agradece um texto que não pareça um “textão” cansativo. Então sempre busque uma linguagem que combine solidez técnica com uma boa dose de clareza. E, claro, respeitando o estilo editorial de cada publicação — nada de dar um pulo só porque viu um modelo diferente lá fora.

Como organizar seu tempo para não correr na hora H?

Escrever artigos jurídicos dá trabalho – e a gente sabe que, no meio da correria diária, é simples deixar essa tarefa para última hora. O resultado? Textos apressados, cheios de falhas e que não entregam o que poderiam.

Então, aqui vai uma sugestão: trate seu artigo quase como um projeto. Defina etapas e prazos, começando pelo tema e pesquisa, passando pelo rascunho, até a revisão final. Respeite esse calendário, mesmo quando a pressa bater forte. É um investimento que retorna na qualidade do seu trabalho e, por tabela, na sua reputação.

E para você, que busca sempre crescer como profissional…

Produzir artigos jurídicos não é apenas uma obrigação acadêmica ou profissional, é uma chance – sim, uma baita oportunidade – de se posicionar como referência em sua área. Quer saber? É um exercício que afina seu pensamento crítico e amplia seus horizontes.

Além disso, publicar pode abrir portas para convites em eventos, parcerias, oportunidades e ainda aumentar seu círculo de contatos. Não dá para esquecer que o mercado jurídico está cada vez mais competitivo. Ficar estagnado não ajuda ninguém, né?

Para quem vive nesse universo, recomendo dar uma olhada em mais dicas específicas para aprimorar seu desempenho e aumentar sua produtividade — o que nunca é demais, tanto na advocacia quanto na pesquisa.

Palavras finais: não tenha medo de escrever com o seu jeito

Você pode até resistir à ideia no começo, mas um toque pessoal e uma pitada de espontaneidade fazem toda a diferença. Ninguém está esperando um robô aqui, e sim um profissional que entende seu nicho e sabe se comunicar.

Então, não se abale se seu texto não sair perfeito na primeira tentativa. É na edição, na reflexão e na reescrita que nasce aquilo que vai realmente impactar. Como dizem os bons advogados, “a palavra é a sua melhor peça” – e ela merece ser cuidada com carinho.

Portanto, escreva, revise, peça opinião e, principalmente, não deixe a insegurança congelar sua produção. Afinal, todo advogado, professor ou pesquisador que já brilhou por aí começou com um primeiro artigo que não era, digamos, uma obra-prima. E isso só fez o caminho ficar melhor.